dezembro 15, 2006

Um final em mim.



Começou, existiu e teve um fim. Voltou a começar em mim. Sei que nunca terá um fim, mas posso fazer-lhe uma singela despedida.

Conto os dias [ faltam exactamente 16 ] e até lá revivo tudo. ~ Nos passos que demos nunca nos ocorreu que precisássemos dos pés ~ Cada intervalo de tempo em que a mão ameaçava soltar-se, cada aperto dos corpos no momento em que nada se ouvia . Cada cigarro queimado sem diferença aparente do seguinte. Sofro tudo o que tenho de sofrer para não custar mais. Morro nos ínfimos segundos em que deixo de me esconder na sua sombra. | E depois vivo. | Cravo as letras no papel para as obrigar a saírem de mim. Limpo-me, respiro (...) e volto a esvaziar-me.

Odeio ser, mas sou com todas as forças que posso. Odeio estar, mas estou ! com toda a vontade que possuo. Não choro. Não me dou à importância de afogar os olhos em ti.
[Eu sou.]
Sou melhor e pior e mais amargo. Sou aquilo que construí com estas mãos de criança. Sou tudo aquilo que um dia deixaste para trás. Sou aquele que não vai correr mais.
[Eu quero]
Sinto-me capaz. Agora que te amei mais do que a vida, deixo-te. O simples gesto de te procurar é absurdo. Não te vou encontrar porque não existes. Tu és o que eu sou. Existes em mim e apago-te. Com a simplicidade de quem diz que não, eu digo que é fácil.
[Eu vou]

Simples gotas, simples focos de luz que nos acentuam as linhas da cara.
- Desce daí para te poder arrumar de vez nesta caixa. Desce ou arranco-te as asas. Não sei quem és mas quero-te fora de mim. Preciso do espaço que ocupaste. Leva o que já te pertence e sai sem ter de te pedir outra vez.

Só fazes pó, barulho e vento.

[Eu vou]
Agora paro. Descanso-te, pego num punhado de terra e atiro para o buraco. Volto as costas e não te repito na minha cabeça.

Sou apenas a minha descoberta.

Agora que o fim é certo, recomeço. Passo a vez ao destino. À vontade. Ao querer. Vou ser aquilo que estas mãos gastas construírem. Carrego com mais força no papel. Antecipo um derradeiro ponto final .

dezembro 08, 2006

Monólogos dialogantes

- Escuta… Não ouves?
- Não, ouço-te apenas a ti
- Já não é mau.. Mas presta atenção É ela outra vez..
- Ela? Ela quem? Mas estás parvo?
- Não! A sério.. ouve… já se escutam os primeiros murmúrios… Eu sei.. é preciso muita atenção para nos apercebermos da sua longa e lânguida penetração… Mas ela já cá está… A sério! Não acreditas em mim? Então espera… Vês? Vês, como ela já me arranca as lágrimas? Tenho de confessar que já tinha saudades de as provar… Continuam salgadas.. É interessante como tantas coisas mudam, mas o sabor de uma lágrima é imutável não é?… Espera… não vás! Não tenhas medo! Continuo a ser eu… Por favor.. Espera! Merda! A visão entorpecida inibe-me de distinguir as sombras que vejo. …
Vês? Mais uma vez conseguiste afastar-me dos outros…
- Eu? Mas eles nem me vêm…
- Sim mas tu mudas-me, alteras-me, inibes-me, retrais-me
- Eu? Pedro, eu sou tu, faço parte de ti
- Não!! Não fazes… é impossível
- Eu estou em ti…quando ris, quando choras, quando abraças, quando sofres.. Somos um 2 que é um
- Não pode ser…
- Mas é Pedro… Eu sempre cá estive, tu é que às vezes estás demasiado anestesiado para me sentir.. Mas agora voltei e tu já me sentes… Voltei de um fim que, se existiu, foi um início… Respirarás comigo… Sou o teu âmago… E se o esqueceste, cá estou em para te avivar a memória… Sim, porque o coração… Esse sangra.

dezembro 03, 2006

Dormente



Dormente. Apático e senil. Febril. Doente. Dormente.

Regresso a um passado inexistente. Viajo. Tento lembrar-me e não consigo. Cercam-me resquícios desses tempos. Algumas feridas abertas são tudo o que guardo de uma outra vida. Sinto um dejá vu demasido palpável. Avanço, recuo, balanço. Danço. Tanso. Penso em nós. Os vários nós que a vida me deu e que, com a mesma força, me tirou. Acordo de novo para um sono fiel. Recupero os meus asfixiantes 17 anos. Como um interruptor ligo-me a tudo o que era o antes. Folhas de papel marcham na minha direcção. Palavras soltas que me perseguem. Fantasmas. Caras já sem nome que teimam em não deixar os aposentos do meu ser. Escrevo de novo, porque li, porque me reconheci, porque me lembrei do abecedário da dor. Ela continua em mim, inócua. Deixou partir em seu lugar a paixão. Um nome no telemóvel - Paixão. Era ela a paixão. A minha cólera. A partir de agora será amor, ou razão. Nunca paixão.

Apoio-me aqui e ali e onde posso. A ti e a mim. Apoio-me nos que ficam e nos que não. Vejo-os em toda a parte. Nos que chegam e nos que vão. Comparo-os entre si. Prevejo o fim. Mas não troco estes momentos por um eterno início. Tudo é real até doer, tudo é amor até morrer.
Tinha 17 anos e um nome no telemóvel - Paixão. E nunca cheguei a sabê-la de cor. Adormeço, vencido pela fadiga. Quem diria. 5 meses tornaram-se em 5 anos e eu memorizei-os a todos desde então. Sovado, mas inerte. Dormente.

Dormente porque a dor, mente.

novembro 23, 2006

novembro 22, 2006

Renascida das Trevas

Caros alucinados,

Venho por este meio anunciar o meu regresso, qual D. Sebastião desaparecido ou filho pródigo de volta a casa. A MadameZen apresenta-se ao serviço. Comunico, igualmente, que a panca mantém-se, ou melhor, desenvolveu-se galopantemente, mas, sem preocupação de maior, uma vez que aqui há quem "me trate da saúde". Suspeito que a ausência das manifestações comunicacionais deste espaço de revolta, angústia ou, até, hino de vitória, se deva apenas aos desencontros da vida. Não estou equivocada, pois não? Ou terei que afirmar, que sinto uma incomparência comunicativa entre os que cunham no coração a paixão pela comunicação?

novembro 14, 2006

Doce



Qualquer semelhança não é pura coincidência.

Doce. Doce. Vai brilhar.

outubro 30, 2006

Sabem o que eu acho?

Não, claro que não. Aliás, poucos ou nenhuns sabem o que os outros são ou acham. Acham do verbo achar, encontrar. Encontra-se pouco nas gentes, diria que é porque as próprias gentes não se encontram. Esconder, esconder, esconder… o que se sente. Porquê? Um rápido passeio pela blogosfera mais intimista revela pensadores e sofredores, amores e muitas ou poucas dores. E ainda assim, o dia é metálico de tão escondido, máscaras de exageros contidos, abraços sonhados, o toque que não vem, vendido à vergonha e ao parecer… vazios. Ocos, mas somos todos ocos? Devemos então não ser líricos, nem românticos, nem sonhadores e infundados? Certamente, pois, então, afinal… a vida de nada tem de infundado, pois não?

Quebrar as máscaras de dia e de factos e vestir os trapos do Oriente que cheira a nós não é forçosamente despir a alma. É vesti-la de verdade, e alternar com acessórios que mudam conforme os actos. I Acto, II Acto, III Acto, palmas, palmas! Choro, não, bravo, bravo! Luzes, pó que cega, voz que apaixona, olhares talentosos, saudades que apertam. Algum de vocês tem saudades? Dançamos entre palcos, e com medo, quase deixamos de sentir.

Por isso desafio estes soltos pancados num mundo de desafios mais ou menos percebidos, a dizerem o que sentem.

outubro 19, 2006

Ensino gratuito? Por favor...

O nosso antigo ministro da educação, Marçal Grilo, disse a uma entrevista a uma revista portuguesa que a partir do 10º ano devia-se começar a pagar propinas. Eu também acho que sim. Até digo mais, não só no 10º ano, como logo na primeira classe. Por favor, não vamos obrigar os grandes do nosso país a fazer os seus descontos e pagar os seus impostos como a reles raia miuda. Tipo... esqueçam... Querem estudar? Meus amigos querem estudar pagam ... e mai nada!! Mas o que é isto? Ocupar terrenos para aprender a ler e a escrever quando se pode construir mais urbanizações de luxo e mais centros comerciais? Esqueçam ! Pedem dinheiro aos vossos papás, ou então vão trabalhar que há muitos campos no Alentejo para serem ceifados. Isto há com cada uma... Ensino gratuito? Não queriam mais nada não?

outubro 14, 2006

Perfeito

Desfaz-se o tempo em rotinas e vontades
Em projectos e verdades
Em desgostos que se alastram
Em vestígios distorcidos
De nascentes que encontramos
E é sempre quando seguem que
Tudo se tem que agarrar,
Tudo faz fugir,
E a verdade passa a estar
No fundo de um copo cheio do que se quer ser
E a beata no chão que faz os olhos arder
É a nova moda nas crianças que ainda estão a aprender
Como têm que estar e andar e beber e dançar
E comer e falar e ouvir e sentar e sorrir
P'ra saber existir.

Só eu sei ver o Sol nascer
Só eu sei ver o Sol nascer

Desfaço-me em pedaços, em retratos,
Em mentiras que trocámos e abraçámos, sim
Fugimos mas voltámos e o que presta
O que resta em nós.
Fim de festa onde todos sabemos quem somos
Ou quem não se quer lembrar
Ou quem precisa de estar
Perdido noutro sonho
A mesma noite, o mesmo copo
O mesmo corpo, a mesma sede que nao sabe secar
Onde se encontra sem se procurar
Onde se dança o que estiver a tocar
Muito fumo, muito fogo, muito escuro
Onde somos o que queremos
Quase somos o que queremos
Quase fomos o que queremos
ahh...

Só eu sei ver o Sol nascer
Só eu sei ver o Sol nascer

Quase fomos o que queremos
Quase somos o que queremos
Quase fomos o que queremos
Quase somos o que queremos

Só eu sei ver o Sol nascer

Tiago Bettencourt

outubro 09, 2006

Aonde pára a Feira Popular?



Tenho saudades do algodão doce, da casa do terror, da montanha russa e do carapau assado. A romântica roda gigante, o perigoso poço da morte. Os carrinhos de choque. As fichas e as rifas. O popular e o brejeiro.

Devolvam-nos a Feira Popular porque já estão a ficar out as idas ao casino...

outubro 05, 2006

"Whoever wants to know something about me, must observe my paintings carefully and try to see in them what I am"

http://www.iklimt.com


Pela música de peito aberto e pelos traços que se confundem. A alma de quem questiona, e com quem se consegue partilhar. Conseguem? Verdadeiramente expressar e sentir? Ouvir e ler o que não se tem que compreender, apenas sentir em partilha.

setembro 28, 2006

noites frias

É como a crosta, a fina crosta. De um vermelho escuro, próprio de quem sente demais. Há sentir demais? Há. não se faz, está. a procura. Dizem as vozes doces que assim é, tem que ser assim. E no mas, no mas de miúda mentirosa, encarnada de dor e de saudade, persiste a procura. É tão doce, a procura. Bateu à porta 27.000 vezes, pediu pela chave e menosprezou as ciências, riu-se e mexeu os braços com um escondido nervosismo. Até a procura é nervosa. Instala-se dentro, mas não sabe ser forte. Onde está a força então? Não sou eu quem a tem, nem a procura a roubou.

Não ter força e voar com asas de tecido do Oriente. Procura-se a penumbra e os espaços menos claros. Receio… de ver que nada se pode ver, mesmo com os mais brilhantes raios? Odiosos e ilusórios, de luz que promete roubar o peso da inquietude. Noites frias, quero noites frias.

setembro 10, 2006

Constatação (ou a selva onde a máfia há-de reinar)

Existem 1145 PR agencies em Londres.

setembro 09, 2006

O dia seguinte

Que se lixem os falsos moralistas! Que se lixe quem tenta esconder na sua humildade a arrogância! Que se lixem aqueles para quem um perdão não chega! Que se lixem aqueles que esgravatam a dor do outro só para dizer "vês como dói"! Que se lixem os egoístas que só pensam nos defeitos dos outros! Que se lixem as palavras que foram ditas, o arrependimento, as lágrimas... ! Que se lixem aqueles que por quem passámos e que não deixam saudades! Que se lixem os ilusionistas, os manipuladores, os aparentes...! Que se lixem aqueles que nem dão a oportunidade de nos ouvir! Que se lixem os conhecidos voláteis!

A partir de um hoje um novo dia começará. Venha daí essa "aprendizagem"... Para o bem ou para o mal estou diferente, e nada será como dantes.

setembro 05, 2006

The Great Pretender

60 anos faria hoje a voz que deu corpo a esta música. fosse antes por isso que aqui fica.

Oh yes I’m the great pretender
Pretending I’m doing well
My need is such I pretend too much
I’m lonely but no one can tell

Oh yes I’m the great pretender
Adrift in a world of my own
I play the game but to my real shame
You’ve left me to dream all alone
Too real is this feeling of make believe
Too real when I feel what my heart can’t conceal

Ooh ooh yes I’m the great pretender
Just laughing and gay like a clown
I seem to be what I’m not
I’m wearing my heart like a crown
Pretending that you’re still around

Too real when I feel what my heart can’t conceal
Oh yes I’m the great pretender
Just laughing and gay like a clown
I seem to be what I’m not you see
I’m wearing my heart like a crown
Pretending that you’re

Pretending that you’re still around

Queen

agosto 22, 2006

Aprendizagem

Disse a minha cara Maçã, no Ar no seu comentário ao meu anterior post, que o arrependimento é vital porque dele brota a aprendizagem. De facto, tal posição faz-me sentido mas será isso algo positivo? De que serve a aprendizagem quando esta é acompanhada pela desertificação do sentir? De que serve aprendermos a sermos mais justos no próximo "episódio", quando sabemos que isso afectará a forma como pensamos e sentimos as situações e as pessoas? Existem muitas dúvidas a assolapar-me o espírito, e todas elas sem respostas. Se calhar não as tenho que ter, se calhar elas estão no início daquilo que não enxergo, mas preciso de as encontrar desesperadamente. Quem sou eu? Quem são os outros? Até que ponto algo pode continuar quando nela se perdeu tudo o que a fazia existir? Não sei... não sei ... E cá estou a acabar mais um post da forma como comecei o anterior post, com reticências...

agosto 20, 2006

99


Ele é "animosidade", ele é "sustentação mental"... aí vai ele, O Grande, sempre com o seu discurso meio-desarticulado, meio-arcaico, meio-tripeiro, meio-enternecedor. Vítor Baía responde a Ricardo, e eu aqui lhe deixo uns alertas:


1. Amori, não é o Ricardo que pensa em ti quando acorda, durante o dia, e quando se deita. Sou eu.
2. Há certas coisas que não se dizem aos ocs. Podes fazê-lo mantendo o teu estilo, tão próprio, mas sem carregares enormemente na tecla que faz piscar a frase "Este gajo é mesmo arrogante" nas mentes invejosas de todos os outros homens deste mundo.
3. Aqui a Incomparente dá-te umas private sessions de Media Training... Queres?

agosto 19, 2006

...

Desiludir e ser desiludido ... Sinal de maturidade? É possivel, mas dói muito... Em cada pessoa que magoamos, um pedaço de humanidade desvanece-se dentro de nós. Custa saber que traímos aqueles que mais amamos, custa ter que admitir que a culpa é nossa, custa olhar para trás e sentir que, possivelmente, deitamos por terra uma relação duradoura e da qual nos orgulhávamos. Pior que nos magoarmos é o sentimento de culpa que magoamos alguém cuja inexistência nas nossas vidas é estúpida e desprovida de sentido.

Ai se o arrependimento não servisse apenas como catalizador de lágrimas! Ai se ele pudesse restaurar a harmonia perdida! Mas este apenas faz emergir uma "chaga" que se posiciona junto de outras bem profundas e me relembra que em tudo pode existir e "há um fim". Infelizmente, não "é só mais um dia mau", este é o dia em que me "dei a provar o trago amargo da solidão".

De facto, hoje até posso sorrir por fora, mas por dentro é de lágrimas que sou composto.

agosto 15, 2006

Feira

Ontem à noite começou a Feira de S. Mateus em Viseu.
Por Lisboa também.

ehehehehehehehehehehehehehehehehe

agosto 14, 2006

Forasteira

Hoje fui a um edifício de linhas arquitectónicas modernas, cores nobres e imponência de impor respeito. Vazio. Seco, fresco. Silencioso, sob o sol agressivo. As marcas de palmas de mão sujas e de calcanhares de botas molhadas sobressaíam num branco imenso que parecia multiplicar-se a cada movimento do olhar. O peito não sentiu à entrada.

Sete passos e o palco transforma-se. Já não era o silêncio, nem o vazio que reinavam no forte da realidade, mas antes a memória que crescia à medida que me aproximava. Frenéticos passos, gritos de vontade e de desespero desejado, secadores de mãos cansados e sábios confidentes. Os pratos tilintam e cheira a torradas. Vem o suspiro de quem sabe que o peito sente, e estala.

Apagam-se as paredes, as escadas e as portas, que nada têm, que podiam ser queimadas e esmagadas… O que vês? Os momentos de profunda tristeza, decisão marcante, ruptura, do Sul… A Norte, os momentos de embriaguez delirante, enriquecimento de ideias, corpos, mentes, palavras, opiniões, pseudo-opiniões, realidades, hiper-realidades. No Centro, a minha figura enublada, rodeada de peitos que estalam e que fazem estalar.

AL

agosto 11, 2006

Voz


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No míninmo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis

julho 25, 2006

Cúmulo da Incoerência

Perdoem a minha impertinência, eu até nem era para comentar, mas há um spot publicitário que me persegue.

Pergunta inocente: A conceptualização e implementação de peças publicitárias, parte de quem?

Resposta imediata: Ateliers, Agências, freelancers, departamentos de publicidade e afins.

A Pergunta, ainda com dúvidas, insiste: Mas, esses profissionais acreditam na veracidade conceptual daquilo que veiculam ou em vez de defenderem a classe, perpetuam a transmissão de estereótipos associados à profissão?

Aquele que devia responder: ???????????

O que pergunta, denuncia num tom inquisitório: Não há maior incoerência do que construir slogans publicitários que dizem exactamente assim: “É VERDADE, NÃO É SÓ PUBLICIDADE”

Estejam atentos, o rosto desta “deixa” é deveras conhecido entre nós. E eu até lhe reconheço algum talento.

julho 24, 2006

Respira, Homem!

Tinha de ser,

O grito, a revolta e a libertação podem chegar tarde e até serem pouco oportunos, mas quando emergem revelam-se promiscuamente saborosos.

Ah! Ah! Ah! Não o temamos e não receemos não acompanhar as palavras de quem pensa que sabe, e nos faz acreditar, que a verdade a ele pertence. Hum, e se…mas…e depois ahmm….Não, agora o voo é nosso. É esquisito? É, o caminho não é claro, há intercepções que nos atordoam, ramificações tão análogas, cujos conteúdos se repelem avidamente. E, se o vinagre for doce? A decisão é nossa.

Já percebi, é a queda que vos atormenta? Brindemos à dita! Cair é arriscar, é crescer, é fazer tudo de novo, é não dormir, é palpitar o devir, é pisar a calçada sem tocar nas pedras pretas, é amar o que se tenta e desprezar a escumalha.

E escumalha, não entra aqui.

Presunção? Cada um, toma a que quer e agora apeteceu-me embriagar-me perversamente!

julho 23, 2006

À genialidade da simplicidade (ou a avidez do ser que não o sabe ser)

A doce Macã No Ar refere, e muito bem, o forte Alberto Caeiro. Estranha e muito turva, poderia assim eu definir a minha relação com este magnífico. A simplicidade e a descomplexificação que admiro e tanto invejo não são contudo suficientes para arrebatarem um estar inquieto que tão bem alimentado é pelo amigo desconhecido...

O que sentimos, não o que é sentido,
É o que temos. Claro, o inverno triste
Como à sorte o acolhamos.
Haja inverno na terra, não na mente.
E, amor a amor, ou livro a livro, amemos
Nossa caveira breve.

Ricardo Reis

julho 19, 2006

Comparências

"Gosto do stress, do ritmo, da adrenalina. E isso a TV dá. A noção do risco, do coração a bater mais depressa, da adrenalina a fluir. (...) Penso, aliás, que isso prende mais do que qualquer coisa."

Paulo Camacho, in XIS, 15.Jul.06

julho 17, 2006

Você tem boa imprensa?

A Ministra tem boa imprensa... o nem sei quem tem boa imprensa... Mas o que é isto? Um par de gajos a comentar o rabo da moça que passa?! Ai não, são mesmo jornalistas e comentadores.

julho 03, 2006

Sou eu em suspenso.

Tenho uma ligeira dor de cabeça. Não, dói-me a cabeça. E o pescoço. E agora que falo nisso, doem-me os ombros e os braços. Sinto o coração apertado. Não me dói, mas aperta. Quase que me esmaga. Doi-me a alma, essa sim, dói. E quando nos dói a alma custa falar, dizem até que custa andar. Eu não ando. Porque me doem os pés e as pernas. Sou puré. Esmaguei tudo por dentro e, com tanta lágrima engolida, fiz farinha. Sou um bolo. Enchi-me de fermento e cobertura de chocolate. Sou grande e bonito, mas oco. Sou impróprio para consumo, ou assim parece.

Sou um fado com dor. Sou saudade e melancolia. Sou tudo aquilo que nunca julguei vir a ser.

Sou só.

Sou tanta coisa sem a poder partilhar. Sou o presente o passado e o futuro, num segundo finito.

Doem-me os olhos de tanto olhar para mim. Sou cego.

junho 29, 2006

falta

há dias em que se sente mais. há horas em que se vê que o tempo passa mas a dor aumenta. hoje penso muito, lembro tudo, procuro confortos que não existem. não doi, não tem que doer. eu sei, mas falta. hoje, nem a melhor lembrança traz sossego. precisas dos abraços delas. sim.

junho 26, 2006

O culto da rotunda...

Com tanta paisagem bonita no nosso Portugal, toda a gente teima em ir festejar as vitórias da selecção à beira da rotunda. Isto intriga-me. Temos parques, praças, jardins, mas a malta insiste toda em ir para as rotundas gritar aos carros que passam. A glorificação da rotunda, essa obra magnífica que Deus criou para, quando a selecção portuguesa participasse em competições internacionais, o pessoal pudesse ir para lá, subir às estátuas e abanar os carros, enquanto entoam vezes sem conta o hino nacional e outros cântigos de futebol.

Aparentemente o futebol é um desporto que move multidões. E, ao que parece, move-as para as rotundas.

junho 21, 2006

Amigos...

Começou o Verão!!

Ciúme

Hoje, por um mero acaso, confirmei uma suspeita de que já me tinham falado. Uma artista norte-americana adaptou uma música dos The Cure, Just Like Heaven. Ouvi, até gostei, mas senti um ciúme voraz. Passei a detestar, porque não se compara, porque perde a paixão e a sobriedade contraditória que adoro.
E então? Até nem está mau, o remake... Mas, nunca vos aconteceu? Sentirem que só vocês leram aquele livro, só vocês ouvem aquela música no mundo... e quando descobrem que não é assim, surge uma sensação de posse ameaçada irritante.
Apropriamo-nos dos significados e pensamos que nos podem ser roubados...
Tolos! Como se assim fosse...

junho 16, 2006

E num momento, és pó.

Se somos inquilinos de uma vida terrena, se o que temos é nada, não percebo qual o motivo de pensarmos que vamos deitar "tudo" a perder, quando o fim diz que pode chegar.
Num longo instante pensei não vos iria sentir mais, não iria sentir mais o cheiro a terra molhada, o aroma forte do iodo do meu mar, o nevoeiro que me irrita no verão, a voz maternal que alenta a escuridão, o sorriso ingénuo do pai, a comparência da mana do coração, a doce maçã no ar, o pensador que diz que é poeta fingidor, filósofo extremista do desgovernado, a gargalhada verdadeira de quem se mascara e um observador que se julga à deriva.

Quando o tudo, que é nada vos diz que acabou. Neguem com firmeza e sussurrem-lhe uma melodia de embalar.

junho 15, 2006

comentário...

Ai que borracheira...

junho 06, 2006

Tenho que desabafar...

Faltam apenas duas (duas!!) semanas para acabar as aulas e, consequentemente, o curso e estou hoje a viver uma situação inédita... Foram feitos muitos, e muitos e muitos trabalhos, perderam-se imensas horas de sonos, ganharam-se olheiras do tamanho do mundo, o cansaço apoderou-se de mim muitas vezes, mas nunca tinha vivido nada assim.

Senhores e Senhoras é com muito desprazer que vos apresento-vos: A minha primeira directa!!!!

(a trabalhar, claro...)

junho 04, 2006

E viva as dietas loucas



Expliquem-me lá como é que se passa disto para isto, em 4 meses!

junho 03, 2006

Uma esquizofrenia de sentidos


Legenda: Há dias em que temos orgulho do nosso país. E outros que nos deixam muito envergonhados.

Cavaco Silva não tem dúvidas...e...raramente se engana!

A resposta que encontrou no Portugal profundo passa pela política de imigração.” Então e a hipotética invasão de Portugal por multidões de imigrantes?

Nota: Não está aqui em causa qualquer quezília partidária ou até mesmo pessoal. A contradição é a questão. Gestores de Comunicação precisam-se. Tudo bem, todos nós nos contradizemos, mas quando se trata de assuntos de escrutínio público, há que repensar nos modelos de comunicação. "O diz que disse" é feio, caros governantes.

junho 02, 2006

Eureka!!

Pois bem meus amigos, lembram-se da eterna questão: Quem nasceu primeiro, o ovo ou galinha? Lembram-se? Pois bem acabaram as suposições, as longas tertulias no café... Os cientistas acabam de revelar a verdade: quem nasceu primeiro foi o Ovo!! Pois é... parece que com os milhões de anos, os ovos de algum outro animal foram evoluindo, tal como os macacos, até darem origem ao ovo que nos trouxe esse simpático animalzinho, a galinha. Pronto, mais um mistério resolvido... Esta ciência teima em retirar todas as dúvidas. Uma pessoa já nem pode especular. Irra!!!

Ok, tenho que partilhar

Estava a Incomparente a acabar de ingerir o combustível necessário para a combustão de energia, criatividade, paciência e dedicação ao teclado, meaning, café, quando é surpreendida pela chamada telefónica de um indivíduo. Este, o jovem L., não contactava a Incomparente fazia vários meses, talvez até um par de anos. Representa um velho conhecido e amigo, de andanças de liceu, acrescento até, de catequese. Simpático como sempre, um moço carismático a quem se reconheceu em todos os momentos força de vontade e disponibilidade para trabalhar, bem como capacidade de ser um amigo para todas as ocasiões. A chamada é atendida pela Incomparente, e depois de dois minutos de troca de informação trivial e alguma actualização, eis que atinge a conversa o ponto crítico. "Sabes, X, vou iniciar este sábado as minhas funções de Relações Públicas na discoteca Y". O silêncio estabelece-se durante constragedores segundos, a sobrancelha esquerda da Incomparente levanta-se e a curisosidade aumenta. Em rápidos raciocínios, a Incomparente desenha uma árvore estratégica de como há-de responder ao jovem, tenta definir qual será a sua reacção e possíveis cenários de resposta. A finalidade deverá ser, de acordo com a identidade da Incomparente, permitir que o jovem exerça estas funções de acordo com o que deve ser. O que dever ser ela bem sabe, já o jovem, tem uma ideia, que nem é má, nem totalmente afastada da realidade, ou, por outro lado, aproximada da pseudorealidade dos nossos conhecidos Relações Íntimas. Assim, a Incomparente responde "Ai sim? Gosto em saber.", calculando que o motivo do contacto não seria apenas para comunicar a nova função, certamente. O jovem L. passa então para a fase de legitimação do assumir das novas funções, argumentando que a discoteca Y, uma das mais frequentadas em todo um distrito do interior do nosso país, necessitava de uma reciclagem e que ele iria contribuir para isso. Vai daí, a Incomparente decide, em termos de forma, como passar a mensagem. Coloca-se então em bicos de pés, engrossa ligeiramente a voz, empina o nariz e desata a falar de como é pertinente a gerência da discoteca Y estar preocupada com a comunicação, recorrendo a termos completamente técnicos da profissão, remetendo para os conceitos de função de gestão, do modelo bidireccional e simétrico da comunicação, a necessidade de acompanhar a envolvente e de estudar os diversos públicos que pertencem ao leque de stakeholders da dita, entre outras questões. Epá, apeteceu-me. A reacção do interlocutor foi inundada de uma profunda admiração, bem como por um reconhecimento desta realidade, demonstrando que algumas destas questões, ainda que numa acepção menos técnica, já tinham vagueado pelos seus planos. Ainda bem. A Incomparente sentiu que o jovem se situou, que teve mesmo a glorificante sensação de que desempenhar a profissão de Relações Públicas é bastante mais complexo, trabalhoso e aliciante do que ele, a sua família e os seus amigos, poderiam pensar. O objectivo final da conversa era então o de convidar a Incomparente a comunicar ao jovem, sempre que quisesse, o seu nome e de demais acompanhantes, por sms, quando estivesse disposta a ir à dita discoteca, visto que ele colocaria estes nomes na sua guest list... Ai! A Incomparente responde, já não com o nariz empinado mas ainda de bicos de pés, que teria todo o gosto em fazê-lo, bem como em fornecer-lhe informação que poderia ajudá-lo a desempenhar com eficácia o seu papel. Na sua humildade (e demonstrando um claro desequilíbrio de posturas, Incomparente com a mania v.s. Senhor L. com humildade), o jovem agradece e reforça a ideia de que espera a visita da Incomparente assim que possível.

Às vezes apetece-me pôr-me em bicos de pés, às vezes apetece-me empinar o nariz, às vezes apetece-me ter muito a mania.
Mas o que conta, é a intenção.

junho 01, 2006

Será?

"É pior cometer uma injustiça do que sofrê-la, porque quem a comete transforma-se num injusto e quem a sofre não." (Sócrates)

maio 24, 2006

E ficou...


No ano em que eu nasci.



No ano em que eu os vi... 24.Mai.05

Pela noite que foi, pela música que é...

Save a Prayer [Duran Duran]

You saw me standing by the wall,
Corner of a main street
And the lights are flashing on your window sill
All alone ain't much fun,
So you're looking for the thrill
And you know just what it takes and where to go

Don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after
No, don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after

Feel the breeze deep on the inside,
Look you down into your well
If you can, you'll see the world in all his fire
Take a chance
(Like all dreamers can't find another way)
You don't have to dream it all, just live a day

Don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after
No, don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after
Save it 'til the morning after,
Save it till the morning after

Pretty looking road,
Try to hold the rising floods that fill my skin
Don't ask me why I'll keep my promise,
Melt the ice
And you wanted to dance so I asked you to dance
But fear is in your soul
Some people call it a one night stand
But we can call it paradise

Don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after
No, don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after
Save it 'til the morning after
Save it 'til the morning after
Save it 'til the morning after
Save it 'til the morning after

Save a prayer 'til the morning after

maio 21, 2006

Fui às cebolas




Fui às cebolas e adorei sentir a chuva.
Tarde fresca de Lisboa intensa, vaidosa, fria e com medo. Ventos do norte, de dentro e de força sopram através de mim.

maio 20, 2006

Deambulações Vãs

Se o vazio é oco, cheio de nada, porque é que pesa e dói intensamente? O vazio ocupa espaço? Mas que espaço? Preenche-se? Como? E se o vazio aumentar a sua dimensão, e de parasita se tornar proprietário de quem o suporta?

maio 19, 2006

Tremores


Ladaínha que permanece. Dor que não se vê. Ferida que não sara. Entra rápido e sai, ou vai ficando devagar. Ai, o gato deixou o rabo de fora. Não fujas, a sala é ampla e não tem paredes. És um vagabundo de ti mesmo, cuja transparência brinda a mais inútil queda. O rabo do gato? Fica sempre de fora.

maio 15, 2006

Mais vale tarde do que nunca.

Nunca fui à tropa, nem está nas minhas cogitações ir. Não gosto de receber ordens, nem que me condicionem a liberdade de pensamento. Não gosto de prazos, não gosto de limites. Gosto de adiar tudo para a última, gosto da pressão.

Gosto de integrar um blog e de chegar elegantemente (ou não) atrasado.

à_deriva apresenta-se ao serviço!...

maio 14, 2006

Carmona em alta... ou então não

Carmona Rodrigues é o estereotipo perfeito do "político" do povo. Desde a sua figura bairrista e simpática, passando pelo seu discurso nú de palavreados altivos, até mesmo à forma como decorreu a sua campanha para as autárquicas, com o célebre arregaçar de mangas, a verdade é que o actual presidente da câmara faz os possíveis para se aproximar do comum português. Mas meus amigos há coisas que são de mais, e não só roçam o ridículo como o ultrapassam largamente. A propósito do mediático "Downtown", uma prova internacional que consta na descida de uma cidade em cima de uma bicicleta, o "presidente" da capital do nosso país decidiu aventurar-se e entrar também na prova. O resultado é lamentável. Ver Carmona a descer de bicicleta já era esquisito, agora vê-lo, sucessivamente, a cair, a bater com a cabeça nos degraus, a dar autênticas piruetas no ar é muito, muito esquisito. Senhor Carmona, há tantas formas de alcançar o bem comum... excusa de andar a bater com a cara nos paralelos de Lisboa...

Qual é coisa qual é ela…

No final de uma licenciatura uma avó pergunta à neta:
“Oh filha, mas afinal para que é que serve o teu curso?”

Pistas: “para que é que serve” – pressupõe-se a existência da noção de utilidade (o que já não é mau).

Pergunto eu: Falamos de que curso? Ora, se não somos Médicos, Professores, Engenheiros, Advogados ou Padres, entramos numa encruzilhada angustiante quando se trata de justificar que aquilo que fazemos para além de servir para alguma coisa, até nos dá um gozo fenomenal. Pensar pequenino é pensar que estudamos apenas para servir. Servir o quê? Se fosse para servir, que servisse o meu umbigo de prazer ilimitado.

Moral da História: Com todo o respeito pelos vossos avós, sigam os vossos impulsos mais “pancáticos” e não recusem o que as entranhas reclamam!

ps Desculpem que vos diga, mas a minha avó é apaixonante.

maio 12, 2006

13 de Maio de 2005, e a luz também lá esteve


E se eu acrescentar e disser que esta fará amanhã um ano.
Só por este pormenor, valeu a pena desviar a rota.

Fantasmas

Reparei há dias que o suave papel higiénico que utilizo (pelo menos o rolo de então), tinha desenhados pequenos fantasminhas, quais criaturas pequenas, alucinantes e de boca aberta. Comentei. Descubri a fonte.
Hoje mirei de novo esta bela obra de arte, desta vez com maior atenção. E eis que olhos mais nítidos se desenham, traços faciais sobressaem, e os pequenos fantasminhas se transformam em pessoas daquelas a quem só nos apetece mandar à...

e mandei.

We're never gonna survive unless



We are a little crazy!
Há um ano.

Conspiração.... de quem??

Manuel Maria Carrilho lançou há poucos dias o seu mais recente livro: "Sob o signo da Verdade". Nessa mesmíssima obra, o político conseguiu através da sua mente inteligentíssima e perspicaz (sem falsa ironias) encontrar os verdadeiros culpados para a sua tão injusta derrota nas autárquicas (aqui sim, a ironia transborda). Mas o mais interessante é que ele encontra nos jornalistas o expoente máximo desta conspiração. Agora a pergunta que eu faço é, se Carrilho não gosta nada da classe jornalística, e se esta o prejudicou tanto, porque é que fez uma conferência de imprensa a apresentar o seu livro? Porque é que convidou todos os meios de comunicação e mais alguns? Porque é que fez questão de mostrar a sua querídissima mulher às objectivas? Porque é que vendeu as imagens do seu filho a revistas cor-de-rosa? Não entendo, juro que não entendo...

maio 10, 2006

Ai que coisa tão bonita!

"Há aqui uma falha de Comunicação...." in Tertúlia Cor de Rosa, 10 Maio de 2006, Cláudio Ramos.

E pronto, mas a Maya estava lá e como "organizadora de eventos" aposto que se lembrou de um mega-evento supé bem, com montesss de gente bonita e muita comunicação social hiper tendenciosa, ai, objectiva (às vezes confundo sinónimos e antónimos....:p).

...
Mulheres do Minho ao Algarve, sem qualquer ofensa ou pretensão de o transmitir, esclareçam-me por favor o fundamento desse ritual do além, que vos leva a vestir o avental/ bata ou sinónimo noutro qualquer dialecto, assim que as estações televisivas invadem a vossa terra? A sério que não percebo.

É alguma seita? Está relacionada com a seita dos nossos amigos dos Iranianos que aparecem de metralhadoras em punho sempre que são filmados?

....e tenho dito....!

Se há algo que me irrita de forma solene...

é a irresponsabilidade de algumas pessoas. Para quê integrarem determinados projectos e assumirem determinados papéis se sabem à partida que não tem disposição, vontade, quiçá, gosto em fazê-los? É intrigante... não é?

maio 08, 2006

Sabeis que mais?

Somos uns merdas. Um monte de cacos estúpidos. Pó, entranhas e manhas. Caretas e gemidos, oh… pobres coitados… que nós somos, que tanto sofremos por mesquinhices e coisas sem coisa nenhuma de jeito.

Levantar os olhos, abrir as pálpebras moles
Acordar os ouvidos
Estremecer o nariz
Sacudir o corpo e a mente
Desligar as músicas toscas, arritmias e vozes afinadinhas… “LÁÁaaaa….” Bah!

Que a vida é tão porreira!

Porque por mais escuro e vazio que tudo nos pareça, há sempre uma paisagem que nos arrepia, um pedaço de bolo que nos deleita, um abraço que vale a pena dar, um caminho… ai, proibido! que queremos experimentar e um monte de cacos estúpidos para descobrir.

Más notícias para sportinguistas e portistas...

Koeman saiu do Benfica ...

maio 07, 2006

Lugares Comuns

E se a esperança não for a última a morrer?

Pois, parece que o rio nem sempre corre para o mar. E depois? Depois a malta sofre.

É por estas e por outras, que quem pensa nesse lindo fenómeno de dar à luz se deveria preocupar, não em ter uma maternidade no andar de baixo, mas eu não corromper a ingenuidade dos pequenos rebentos. Estes vazios só dificultam a espontaneidade e parece uma questão parva, mas dá que pensar. Afinal, não há manuais de instruções e nem com erratas se aprende, que há dias de céu cinzento e pior que o sol não brilhar é um dia sem ele nascer.

Amigo M,

Ela sabe, sente e é.
Diz que não toca, mas dói,
que o sentimento não cobre a ferida.

Sim, eu já lhe sussurrei,
que és grande e que vives com ela.
Por vezes, a tua excentricidade não a deixa respirar.

Mas, quando o vento vai,
és mais que uma memória,
és o aqui e agora,
és o agora e sempre.

Pela porta entreaberta,
gosto de ti.

Abraço longo...

Quem não gosta do Tom Cruise...

Epá, não sabe o que é bom.

Já viram o MI III? Eu não. Mas quem não gosta do Tom Cruise... epá, desculpem, não sabe o que é bom.

Chocante

Para os menos informados, o Benfica acaba de perder 3-1 com o Paços de Ferreira. Consequência imediata? Não conseguiu o 2º lugar e a respectiva presença directa na Liga dos Campeões. Moretto acabou o campeonato de forma nada prestigiante sendo culpado nos golos. O segundo golo é, aliás, um verdadeiro frango, um daqueles que o Senhor Koeman tanto criticou aos jogadores do Rio Ave. Dizem os jornais que Koeman vai rumar à Holanda. Para bem da nação benfiquista, espero bem que sim.

Mas não são estes os acontecimentos que marcaram este fim de dia. Na última e decisiva jornada do campeonato, faltava saber quem seriam os clubes despromovidos, sendo que o Penafiel era já uma presença certa. E é com muito pesar que constato que clubes histórico como o Vitória de Guimarães e o Belenenses desceram da principal Liga Portuguesa de Futebol. Por tudo o que deram ao futebol português, pelos excelentes jogos de futebol (mesmo ganhando ao Benfica) e, principalmente, por aquilo que representam nas respectivas cidades, hoje é um dia muito triste no futebol português. Arrisco-me a dizer que sem estes dois grandes clubes o nosso futebol não será o mesmo. Pelo menos durante um ano.

P.s - Ah! E parabéns ao Sporting pelo segundo lugar. Mereceu.

maio 06, 2006

Política? Nã, eu é mais bolos!

Caso ainda restem dúvidas, o Público de hoje esclarece:

“Os portugueses são os cidadãos da União Europeia que menos se interessam por assuntos políticos e que menos discutem política entre amigos e familiares, revela um estudo encomendado pelo Comissão Europeia ontem divulgado em Bruxelas. 66% dos portugueses inquiridos manifestam desinteresse pela política interna, o que constitui o valor mais elevado do espaço comunitário, e bastante acima da média da EU, de 36%, indica o Eurobarómetro especial sobre o Futuro da Europa. Questionados sobre o seu interesse pela política europeia, os portugueses revelam ainda menos entusiasmo, com a percentagem de desinteressados a subir para os 72%, nesta caso um valor igualado pelos espanhóis (…)” (começamos a importar hábitos dos países desenvolvido, é um começo, o importante é a cópia, independentemente da sua pertinência!).

São números que reflectem atitudes e comportamentos.

É o desnorte, que já nem surpresa provoca.

Se fosse num Luxemburgo ou outros que tais, seria caso para um dos insólitos “Nós por cá.” Por aqui, qualquer reacção para além da apatia, é pura ficção.

Eu cá ensinava a trupe a pescar.

Calvin, esta manhã...

"Se não podes vencer pela razão, tenta o volume do som".

Como se pode confirmar, a minha constatação de ontem tem a sua dose de precisão. Afinal, Calvin não passa de um espelhar de almas insípidas....neste caso, materializadas numa criança imatura.

Tréguas e que Zen vos aquiete.

O lado mais doce na sua plenitude

O sol e o vento bom desta manhã.
Por exemplo.

maio 05, 2006

Constatação

Não gelem com o grito dos maus, mas temam o silêncio dos lúcidos.

Estados de Alma

Existem determinados momentos em que a vida parece demasiado volátil para os sacrifícios a que estamos sujeitos. Para quê lutar tanto se tudo acaba irremediavelmente da mesma forma? Para quê esforçarmo-nos até ao limite se, inevitavelmente, cairemos na eternidade do esquecimento? Todos estes receios e dúvidas estão impregnados em mim e fazem, indubitavelmente, parte daquilo que eu sou, da minha identidade. No entanto, no meio deste pessimismo incontornável existe também uma sede de viver, um desejo imensurável de crescer que me faz abrir os olhos todos os dias e encarar o mundo. Carpe Diem parece-me, actualmente, uma miragem. Mas habita em mim a esperança que estes dias menores mais não sejam que o amargo da vida, para que um dia consiga disfrutar o lado mais doce em toda a sua plenitude .

maio 04, 2006

Mas afinal o que é isso da Panca?

É um estado de alma? Uma característica? Ou simplesmente uma postura?

Que seja uma postura, que seja uma astuta excentricidade e que teime em soltar índices da sua impertinente existência.

Encontros e desencontros,
Entranhas que gritam,
Vozes que ficam e Estranhos que passam...

...e a Panca não era azeite, mas com a água não se confundiu!

maio 02, 2006

A Panca

Da dor de ser e de não ter, das cores que nos governam, dos quadrados semióticos dos mais esplêndidos e horripilantes filmes... até da comichão que deambula pelos nossos corpos meios-verdes, que nos traz a emoção de nos sentirmos unidos, a panca!
A panca... uma disfunção, certamente. Uma anormalidade. Diria antes uma outra necessidade, vício, fidelidade... ao que se sente, ao que se pensa, à vontade de procurar. Siga!