agosto 22, 2006

Aprendizagem

Disse a minha cara Maçã, no Ar no seu comentário ao meu anterior post, que o arrependimento é vital porque dele brota a aprendizagem. De facto, tal posição faz-me sentido mas será isso algo positivo? De que serve a aprendizagem quando esta é acompanhada pela desertificação do sentir? De que serve aprendermos a sermos mais justos no próximo "episódio", quando sabemos que isso afectará a forma como pensamos e sentimos as situações e as pessoas? Existem muitas dúvidas a assolapar-me o espírito, e todas elas sem respostas. Se calhar não as tenho que ter, se calhar elas estão no início daquilo que não enxergo, mas preciso de as encontrar desesperadamente. Quem sou eu? Quem são os outros? Até que ponto algo pode continuar quando nela se perdeu tudo o que a fazia existir? Não sei... não sei ... E cá estou a acabar mais um post da forma como comecei o anterior post, com reticências...

agosto 20, 2006

99


Ele é "animosidade", ele é "sustentação mental"... aí vai ele, O Grande, sempre com o seu discurso meio-desarticulado, meio-arcaico, meio-tripeiro, meio-enternecedor. Vítor Baía responde a Ricardo, e eu aqui lhe deixo uns alertas:


1. Amori, não é o Ricardo que pensa em ti quando acorda, durante o dia, e quando se deita. Sou eu.
2. Há certas coisas que não se dizem aos ocs. Podes fazê-lo mantendo o teu estilo, tão próprio, mas sem carregares enormemente na tecla que faz piscar a frase "Este gajo é mesmo arrogante" nas mentes invejosas de todos os outros homens deste mundo.
3. Aqui a Incomparente dá-te umas private sessions de Media Training... Queres?

agosto 19, 2006

...

Desiludir e ser desiludido ... Sinal de maturidade? É possivel, mas dói muito... Em cada pessoa que magoamos, um pedaço de humanidade desvanece-se dentro de nós. Custa saber que traímos aqueles que mais amamos, custa ter que admitir que a culpa é nossa, custa olhar para trás e sentir que, possivelmente, deitamos por terra uma relação duradoura e da qual nos orgulhávamos. Pior que nos magoarmos é o sentimento de culpa que magoamos alguém cuja inexistência nas nossas vidas é estúpida e desprovida de sentido.

Ai se o arrependimento não servisse apenas como catalizador de lágrimas! Ai se ele pudesse restaurar a harmonia perdida! Mas este apenas faz emergir uma "chaga" que se posiciona junto de outras bem profundas e me relembra que em tudo pode existir e "há um fim". Infelizmente, não "é só mais um dia mau", este é o dia em que me "dei a provar o trago amargo da solidão".

De facto, hoje até posso sorrir por fora, mas por dentro é de lágrimas que sou composto.

agosto 15, 2006

Feira

Ontem à noite começou a Feira de S. Mateus em Viseu.
Por Lisboa também.

ehehehehehehehehehehehehehehehehe

agosto 14, 2006

Forasteira

Hoje fui a um edifício de linhas arquitectónicas modernas, cores nobres e imponência de impor respeito. Vazio. Seco, fresco. Silencioso, sob o sol agressivo. As marcas de palmas de mão sujas e de calcanhares de botas molhadas sobressaíam num branco imenso que parecia multiplicar-se a cada movimento do olhar. O peito não sentiu à entrada.

Sete passos e o palco transforma-se. Já não era o silêncio, nem o vazio que reinavam no forte da realidade, mas antes a memória que crescia à medida que me aproximava. Frenéticos passos, gritos de vontade e de desespero desejado, secadores de mãos cansados e sábios confidentes. Os pratos tilintam e cheira a torradas. Vem o suspiro de quem sabe que o peito sente, e estala.

Apagam-se as paredes, as escadas e as portas, que nada têm, que podiam ser queimadas e esmagadas… O que vês? Os momentos de profunda tristeza, decisão marcante, ruptura, do Sul… A Norte, os momentos de embriaguez delirante, enriquecimento de ideias, corpos, mentes, palavras, opiniões, pseudo-opiniões, realidades, hiper-realidades. No Centro, a minha figura enublada, rodeada de peitos que estalam e que fazem estalar.

AL

agosto 11, 2006

Voz


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No míninmo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis