outubro 30, 2006

Sabem o que eu acho?

Não, claro que não. Aliás, poucos ou nenhuns sabem o que os outros são ou acham. Acham do verbo achar, encontrar. Encontra-se pouco nas gentes, diria que é porque as próprias gentes não se encontram. Esconder, esconder, esconder… o que se sente. Porquê? Um rápido passeio pela blogosfera mais intimista revela pensadores e sofredores, amores e muitas ou poucas dores. E ainda assim, o dia é metálico de tão escondido, máscaras de exageros contidos, abraços sonhados, o toque que não vem, vendido à vergonha e ao parecer… vazios. Ocos, mas somos todos ocos? Devemos então não ser líricos, nem românticos, nem sonhadores e infundados? Certamente, pois, então, afinal… a vida de nada tem de infundado, pois não?

Quebrar as máscaras de dia e de factos e vestir os trapos do Oriente que cheira a nós não é forçosamente despir a alma. É vesti-la de verdade, e alternar com acessórios que mudam conforme os actos. I Acto, II Acto, III Acto, palmas, palmas! Choro, não, bravo, bravo! Luzes, pó que cega, voz que apaixona, olhares talentosos, saudades que apertam. Algum de vocês tem saudades? Dançamos entre palcos, e com medo, quase deixamos de sentir.

Por isso desafio estes soltos pancados num mundo de desafios mais ou menos percebidos, a dizerem o que sentem.

outubro 19, 2006

Ensino gratuito? Por favor...

O nosso antigo ministro da educação, Marçal Grilo, disse a uma entrevista a uma revista portuguesa que a partir do 10º ano devia-se começar a pagar propinas. Eu também acho que sim. Até digo mais, não só no 10º ano, como logo na primeira classe. Por favor, não vamos obrigar os grandes do nosso país a fazer os seus descontos e pagar os seus impostos como a reles raia miuda. Tipo... esqueçam... Querem estudar? Meus amigos querem estudar pagam ... e mai nada!! Mas o que é isto? Ocupar terrenos para aprender a ler e a escrever quando se pode construir mais urbanizações de luxo e mais centros comerciais? Esqueçam ! Pedem dinheiro aos vossos papás, ou então vão trabalhar que há muitos campos no Alentejo para serem ceifados. Isto há com cada uma... Ensino gratuito? Não queriam mais nada não?

outubro 14, 2006

Perfeito

Desfaz-se o tempo em rotinas e vontades
Em projectos e verdades
Em desgostos que se alastram
Em vestígios distorcidos
De nascentes que encontramos
E é sempre quando seguem que
Tudo se tem que agarrar,
Tudo faz fugir,
E a verdade passa a estar
No fundo de um copo cheio do que se quer ser
E a beata no chão que faz os olhos arder
É a nova moda nas crianças que ainda estão a aprender
Como têm que estar e andar e beber e dançar
E comer e falar e ouvir e sentar e sorrir
P'ra saber existir.

Só eu sei ver o Sol nascer
Só eu sei ver o Sol nascer

Desfaço-me em pedaços, em retratos,
Em mentiras que trocámos e abraçámos, sim
Fugimos mas voltámos e o que presta
O que resta em nós.
Fim de festa onde todos sabemos quem somos
Ou quem não se quer lembrar
Ou quem precisa de estar
Perdido noutro sonho
A mesma noite, o mesmo copo
O mesmo corpo, a mesma sede que nao sabe secar
Onde se encontra sem se procurar
Onde se dança o que estiver a tocar
Muito fumo, muito fogo, muito escuro
Onde somos o que queremos
Quase somos o que queremos
Quase fomos o que queremos
ahh...

Só eu sei ver o Sol nascer
Só eu sei ver o Sol nascer

Quase fomos o que queremos
Quase somos o que queremos
Quase fomos o que queremos
Quase somos o que queremos

Só eu sei ver o Sol nascer

Tiago Bettencourt

outubro 09, 2006

Aonde pára a Feira Popular?



Tenho saudades do algodão doce, da casa do terror, da montanha russa e do carapau assado. A romântica roda gigante, o perigoso poço da morte. Os carrinhos de choque. As fichas e as rifas. O popular e o brejeiro.

Devolvam-nos a Feira Popular porque já estão a ficar out as idas ao casino...

outubro 05, 2006

"Whoever wants to know something about me, must observe my paintings carefully and try to see in them what I am"

http://www.iklimt.com


Pela música de peito aberto e pelos traços que se confundem. A alma de quem questiona, e com quem se consegue partilhar. Conseguem? Verdadeiramente expressar e sentir? Ouvir e ler o que não se tem que compreender, apenas sentir em partilha.