setembro 28, 2006

noites frias

É como a crosta, a fina crosta. De um vermelho escuro, próprio de quem sente demais. Há sentir demais? Há. não se faz, está. a procura. Dizem as vozes doces que assim é, tem que ser assim. E no mas, no mas de miúda mentirosa, encarnada de dor e de saudade, persiste a procura. É tão doce, a procura. Bateu à porta 27.000 vezes, pediu pela chave e menosprezou as ciências, riu-se e mexeu os braços com um escondido nervosismo. Até a procura é nervosa. Instala-se dentro, mas não sabe ser forte. Onde está a força então? Não sou eu quem a tem, nem a procura a roubou.

Não ter força e voar com asas de tecido do Oriente. Procura-se a penumbra e os espaços menos claros. Receio… de ver que nada se pode ver, mesmo com os mais brilhantes raios? Odiosos e ilusórios, de luz que promete roubar o peso da inquietude. Noites frias, quero noites frias.

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