janeiro 26, 2007

Boys don't cry ?!

A minha panca ultimamente tem sido contrariar o título desta brilhante música dos The Cure...

janeiro 22, 2007

Culpa?

a culpa não é do sol
se o meu corpo se queimar
a culpa é da vontade
que eu tenho de te abraçar

a culpa não é da praia
se o meu corpo se ferir
a culpa é da vontade
que eu tenho de te sentir
a culpa é da vontade que vive dentro de mim
e só morre com a idade
com a idade do meu fim
a culpa é da vontade

a culpa não é do mar
se o meu olhar se perder
a culpa é da vontade
que eu tenho de te ver

a culpa não é do vento
se a minha voz se calar
a culpa é do lamento
que suporta o meu cantar
a culpa é da vontade que vive dentro de mim
e só morre com a idade
com a idade do meu fim
a culpa é da vontade

a. v.

vou viver. mas estou além. tenha pressa de chegar. onde? saudade.
escrevi para ti. onde? ali. ainda é noite, ainda é frio, e o tempo não passou. passaste tu.

janeiro 13, 2007

Inspira, expira (...) Respira

Se bem me lembro, comecei a escrever porque queria compor músicas. Em inglês, como qualquer rocker pedante que pensa que vai chegar a algum lado. Depois, escrevi porque era uma boa sensação, Libertava-me de demónios pessoais e ajudava-me a aultrapassar algumas situações mais complexas da vida de adolescente. Escrever tornou-se tão natural como respirar, até ao dia em que decidi deixar de fazer ambas as coisas. Como comprovam, ainda respiro, mas prometi nunca mais escrever enquanto não pudesse respirar também. Da mesma forma que fazia quando era criança.

Depois de um longo interregno, alguém me mostrou que não precisava de respirar para escrever. Que o abafar da almofada contra a aminha cara podia ser tão mais inspirador do que um repetitivo: inspira, expira, inspira, expira(...)

Agora, passo para o papel a transparência dos meus olhos. Sem um fim maior e sem metas a cumprir. Guardo os demónios e uso-os quando a altura certa chegar. Através dos textos descobri ser capaz de matar sem a culpa dos remorsos. Odeio-me por isso, mas já não o contesto. Resigno-me e espero apenas que o arrependimento não mate. Por agora.

Vou escrever até não respirar. Até que as palavras ganhem vida e deixem de ser meros desenhos no papel. [Aí não haverá forma de parar.] O descontrolo será demasiado devastador para me permitir ter um motivo. [Aí vou parar.] E suportar o sono dos errantes.