janeiro 13, 2007

Inspira, expira (...) Respira

Se bem me lembro, comecei a escrever porque queria compor músicas. Em inglês, como qualquer rocker pedante que pensa que vai chegar a algum lado. Depois, escrevi porque era uma boa sensação, Libertava-me de demónios pessoais e ajudava-me a aultrapassar algumas situações mais complexas da vida de adolescente. Escrever tornou-se tão natural como respirar, até ao dia em que decidi deixar de fazer ambas as coisas. Como comprovam, ainda respiro, mas prometi nunca mais escrever enquanto não pudesse respirar também. Da mesma forma que fazia quando era criança.

Depois de um longo interregno, alguém me mostrou que não precisava de respirar para escrever. Que o abafar da almofada contra a aminha cara podia ser tão mais inspirador do que um repetitivo: inspira, expira, inspira, expira(...)

Agora, passo para o papel a transparência dos meus olhos. Sem um fim maior e sem metas a cumprir. Guardo os demónios e uso-os quando a altura certa chegar. Através dos textos descobri ser capaz de matar sem a culpa dos remorsos. Odeio-me por isso, mas já não o contesto. Resigno-me e espero apenas que o arrependimento não mate. Por agora.

Vou escrever até não respirar. Até que as palavras ganhem vida e deixem de ser meros desenhos no papel. [Aí não haverá forma de parar.] O descontrolo será demasiado devastador para me permitir ter um motivo. [Aí vou parar.] E suportar o sono dos errantes.

2 comentários:

Navalha disse...

E esperemos que assim continue...

P.

Anónimo disse...

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