junho 16, 2006

E num momento, és pó.

Se somos inquilinos de uma vida terrena, se o que temos é nada, não percebo qual o motivo de pensarmos que vamos deitar "tudo" a perder, quando o fim diz que pode chegar.
Num longo instante pensei não vos iria sentir mais, não iria sentir mais o cheiro a terra molhada, o aroma forte do iodo do meu mar, o nevoeiro que me irrita no verão, a voz maternal que alenta a escuridão, o sorriso ingénuo do pai, a comparência da mana do coração, a doce maçã no ar, o pensador que diz que é poeta fingidor, filósofo extremista do desgovernado, a gargalhada verdadeira de quem se mascara e um observador que se julga à deriva.

Quando o tudo, que é nada vos diz que acabou. Neguem com firmeza e sussurrem-lhe uma melodia de embalar.

1 comentário:

Anónimo disse...

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